Diz-se que o primeiro fato sério que um homem compra é para o baile de finalistas ou para o exame final. Porquê? Porque é um clássico do estilo masculino e, por isso, deve estar presente em qualquer guarda-roupa de um homem adulto.
O início do século XX foi uma época de grandes mudanças na história da moda. Tanto mulheres como homens perceberam que o vestuário deveria, acima de tudo, cumprir uma função prática, o que significa que a sua funcionalidade e conforto deviam ser os principais critérios na escolha da roupa. Por este motivo, os homens começaram a abandonar gradualmente os longos casacos de fraque do século XIX e foram-se convencendo aos poucos das versões mais curtas do blazer masculino. Esta peça continuava a ser usada com colete, mas o facto de se terem livrado das abas compridas características do fraque masculino foi um acontecimento marcante na história do fato masculino.
Os anos vinte e trinta do século passado foram uma época dos famosos fatos de três peças às riscas, conhecidos hoje dos filmes de gangsters, que eram geralmente usados com chapéu. Na década seguinte, o fato generalizou-se como traje formal masculino e passou a ser cada vez mais usado em grandes eventos onde, até então, dominavam os fraques e os sobretudos. Contudo, devido ao período de guerra, os grandes eventos foram suspensos e o fato masculino começou a adotar um corte mais minimalista. Para a confecção, começaram a ser utilizados materiais anteriormente pouco populares, como o tweed ou a lã.
Nas décadas seguintes, os elementos do fato masculino tornaram-se cada vez mais comuns, mas a sua forma e construção começaram a adotar um caráter menos formal. O elegante colete tornou-se um elemento fora de moda do guarda-roupa masculino, lembrando tempos antigos de guerra. A camisa masculina era cada vez mais substituída pela t-shirt masculina, e o clássico blazer era usado descontraidamente, geralmente aberto. Chegaram novos tempos – a era da libertação, da juventude e da revolução.
Os fatos masculinos voltaram a estar na moda nos anos oitenta, em grande parte graças aos projetos do então pouco conhecido designer italiano chamado Armani. Os seus blazers e fatos desenhados para o filme "American Gigolo" fizeram com que a moda masculina voltasse a adorar fatos e elegância. Após anos de rebeldia e mudança de costumes, os fatos passaram a ser usados não só em ocasiões especiais, mas também diariamente no trabalho.
O período de rápido desenvolvimento das corporações internacionais trouxe a popularização do dress code de escritório, o que significou que os homens começaram a usar cada vez mais o blazer elegante, as calças bem cortadas, a camisa e a gravata. A nova tendência foi rapidamente notada pelos designers de moda, que começaram a tratar a moda masculina com a mesma seriedade das criações femininas. Com o tempo, marcas como Hugo Boss, Gucci, Armani ou Dolce&Gabbana tornaram-se uma escolha óbvia para homens de sucesso, que além dos fatos de casamento podiam também escolher um fato elegante e bem cortado para o trabalho.
Hoje em dia, cada uma destas marcas cria pelo menos duas vezes por ano uma coleção dedicada aos homens, na qual grande parte dos modelos apresentados oferece várias variações sobre o tema do fato masculino. Alguns designers de moda masculina fizeram do fato a sua imagem de marca, como é o caso de Tom Ford, para quem um fato bem cortado é o elemento mais importante do guarda-roupa masculino. É difícil não lhe dar razão – um conjunto elegante e devidamente escolhido faz com que um homem ganhe um novo carácter e adquira uma classe que nenhuma outra peça de roupa lhe pode conferir.